Sabe aquela gordura abdominal que te incomoda e você tem dificuldade em perder? Pois bem, antes de qualquer coisa precisamos entender de onde ela surge e os motivos pelos quais a armazenamos.
Sabemos que uma boa alimentação é fundamental e a falta de exercício físico também influencia muito. Contudo, existem algumas outras questões envolvidas neste processo que vale a pena entendermos melhor.
Confesso que, como médica nutróloga, vejo muitos pacientes com dificuldade em perder gordura no geral, mas principalmente abdominal. Escuto frequentemente esse tipo de queixa.
Falando um pouco em estatística, as coisas tem mudado ultimamente. Os índices são altos quando falamos em população com sobrepeso e obesa. O Ministério da Saúde revela que o índice da população brasileira que esta acima do peso segue crescendo aproximadamente 52,5%. Deste numero, 17,9% são obesos.
Mas qual a relação entre gordura abdominal e insulina?
Sabemos que existem três tipos de fontes de energia (macronutrientes): proteínas, carboidratos e gorduras. Quando ingerimos mais calorias do que gastamos, acabamos armazenando o excesso na forma de gordura ou glicogênio. Isso leva ao balanço energético positivo e, assim, acabamos ganhando peso.
Quem envia o sinal para o armazenamento de gordura é a famosa insulina. Ela é um hormônio produzido pelo pâncreas, com importante função no metabolismo dos carboidratos no sangue.
A obesidade e o sedentarismo são os maiores causadores de resistência insulínica, no qual o principal sintoma é acumulo de gordura abdominal.
Quando geramos e produzimos esse excesso de insulina, acabamos armazenando gordura. Com isso, o nosso organismo passa a produzir varias substâncias inflamatórias, que vão gerar mais resistência à insulina e aumentar o risco de desenvolver diversas doenças, como hipertensão (pressão alta), elevação dos níveis de colesterol, problemas cardíacos, síndrome metabólica e por ai vai.
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Afinal, tem algum exercício mais indicado para quem quer emagrecer?
Quando os níveis de insulina abaixam, nosso organismo pode interpretar isso como fome e, então, sentimos a necessidade de ingerir mais carboidrato, o que vai levar um aumento da insulina.
Você já reparou que quando come um prato de macarrão já sente fome poucas horas depois? Diferente de quando você ingere um bife ou um frango, certo? Isso acontece porque a proteína costuma saciar mais que o carboidrato.
Por isso a importância de entender os tipos de carboidratos – desde os simples e complex ate os de alto e baixo índice glicêmico –, e a carga glicêmica das refeições, para poder fazer as escolhas mais inteligentes. Mas nem sempre isso é fácil como parece. Por isso é importante consultar um profissional da área da saúde.
Resumindo: quando pensamos em carboidratos, começamos a produzir insulina pelo pâncreas. Essa insulina dispara o sinal para o nosso corpo armazenar as gorduras. Aí que sentimos fome e acabamos comendo, produzindo, assim, mais insulina.
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Os carboidratos acabam se transformando em glicose na corrente sanguínea. A glicemia, por sua vez, aumenta e é produzida mais insulina, armazenando gordura no tecido adiposo, aumentando o volume desses adipócitos (células de gordura). Isso resulta no aumento de peso e aumento da circunferência abdominal.
É possível melhorar esse quadro se você optar por mudanças em seu estilo de vida. Ter uma rotina de treinos, manter uma alimentação saudável, se hidratar e contar com um acompanhamento médico são algumas medidas importantes.
Agora vocês entenderam por que é tão importante saber o que comer, o tipo de alimento e a qualidade do que estamos consumindo?
Duvidas? Podem me procurar no @nathalioliani.
Até a próxima!